Comentários de Abertura

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Os futuros de ações subiram discretamente durante a madrugada, enquanto os traders continuam digerindo as escolhas de gabinete de Donald Trump e se posicionam para o relatório de lucros da Nvidia, que será divulgado após o fechamento do mercado nesta noite. O índice VIX está abaixo de 17 nesta manhã, enquanto o dollar index permanece forte, próximo a 106,7. Ostítulos de 10 anos do Tesouro dos EUA estão em torno de 4,42%, enquanto os de 2 anos estão perto de 4,30%. Os preços do petróleo bruto subiram quase 1% nas negociações iniciais, enquanto os mercados de grãos e oleaginosas operaram em queda durante a noite.

Donald Trump, presidente eleito, nomeou Howard Lutnick para liderar o Departamento de Comércio na terça-feira. Lutnick é um CEO de Wall Street que também co-presidiu sua equipe de transição. O Departamento de Comércio tem uma ampla gama de responsabilidades, supervisionando desde o Escritório do Censo dos EUA até a promoção de investimentos e a previsão do tempo. Mas, mais importante, o Departamento de Comércio tem autoridade sobre controles de exportação e administra o programa tarifário dos EUA sobre o comércio. O governo Trump 1.0 utilizou o Departamento de Comércio para implementar tarifas contra a China, enquanto o presidente Biden continuou esses programas em grande medida, chegando a expandi-los. De fato, o governo Biden usou extensivamente o Departamento de Comércio para emitir amplos controles de exportação sobre chips de computador avançados e equipamentos de fabricação de chips destinados à China. Lutnick não fala muito sobre a China, mas é visto como um grande defensor de tarifas, especialmente contra a China. A equipe de transição de Trump também indicou que ele teria supervisão sobre o Representante Comercial dos EUA após sua nomeação.

O presidente chinês Xi Jinping está no Brasil para as reuniões do G-20 esta semana, com o presidente Biden também presente. Espera-se que Xi assine um importante acordo comercial com o Brasil durante sua visita, o que pode ser tanto uma mensagem para Trump quanto qualquer outra coisa. Ambos os países são parceiros fundadores da coalizão BRICS. O Brasil é um grande fornecedor de commodities agrícolas necessárias para a China, e a China é uma importante fornecedora de bens de consumo desejados pelo Brasil à medida que sua economia cresce, incluindo veículos elétricos. Na verdade, os veículos elétricos da marca BYD, da China, atualmente dominam a participação de mercado no Brasil. A produção e as vendas de veículos elétricos representam um setor que a China escolheu como pilar para o crescimento de sua economia no futuro. A China busca as commodities agrícolas do Brasil para continuar reduzindo sua dependência dos Estados Unidos. Os detalhes do acordo ainda não foram divulgados, mas aqui está o que podemos esperar. Acordos anteriores assinados entre a China e os Estados Unidos geralmente foram mais cerimoniais do que substantivos. Raramente comprometiam a China a comprar mais do que já planejava adquirir e, normalmente, careciam de detalhes que responsabilizassem o país. Na prática, a China vem se movendo em direção a uma maior dependência das commodities brasileiras há anos. A moeda barata do Brasil torna suas commodities mais baratas quando disponíveis, e a expansão anual da produção as torna mais acessíveis, exceto em anos de clima adverso que limitam a produção. O resultado é que o esperado acordo comercial, que pode ser assinado ainda hoje, tem importância pelo que representa – o redirecionamento das alianças comerciais para longe dos Estados Unidos – mas reflete principalmente algo que já estava acontecendo.

Agora é mais incerto se o Federal Reserve cortará sua taxa de juros de referência novamente em sua reunião de dezembro, no dia 18. O mercado atualmente precifica expectativas de dois, talvez três cortes de juros entre agora e junho. Isso representa uma mudança dramática nas expectativas de mercado em relação a dois meses atrás, quando o banco central iniciou sua fase de redução de taxas com um corte de 50 pontos-base. Os banqueiros centrais permitiram que o mercado pensasse que haveria pelo menos mais esse tanto de cortes até o final do ano, com talvez quatro ou cinco cortes adicionais até junho. Jerome Powell praticamente declarou vitória sobre a inflação no Simpósio de Jackson Hole, no final de agosto, afirmando que o foco agora seria o mercado de trabalho em deterioração. De repente, Powell está falando de um mercado de trabalho sólido e preocupações persistentes com a inflação. Sem dúvida, os formuladores de políticas estão considerando as implicações de cortes de impostos, desregulamentação e tarifas sob o governo Trump 2.0. Espere que o Fed divulgue mais análises sobre o que esperar no futuro na reunião de dezembro, embora permaneça um tanto reservado nos detalhes até ver como as coisas se desenrolam nos próximos meses. Não descarte a possibilidade de um aumento da taxa de juros em algum momento no próximo ano.

Donald Trump foi eleito presidente em 5 de novembro. Cada dia que passa sem a China abordar a questão de Taiwan aumenta a confiança de que Xi Jinping provavelmente esperará até depois do governo Trump 2.0 para agir, embora o risco continue sendo um possível evento inesperado. Enquanto isso, continuaremos vendo o Brasil ganhar participação de mercado no comércio global de milho e soja, enquanto a demanda doméstica dependerá da direção política que impactará o uso dessas commodities e seus derivados como matéria-prima para a produção de biocombustíveis líquidos. Os fundos especulativos atualmente fornecem suporte para o milho, enquanto apostam na queda da soja, com poucas ameaças climáticas significativas em jogo na América do Sul no momento.

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