Fonte: StoneX cmdtyView.
O real se enfraqueceu pela quinta semana consecutiva, pressionado pelo elevado pessimismo e ceticismo de investidores com a condução da política fiscal e com a sustentabilidade da dívida pública no Brasil, bem como pelo ambiente global de aversão a riscos causado pela aproximação da eleição presidencial americana, que permanece acirrada e imprevisível. O dólar negociado no mercado interbancário terminou a sessão desta sexta-feira (01) em alta, cotado a R$ 5,8699, avanço semanal de 2,9%, mensal de 1,5% e anual de 21,0%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 104,3 pontos, variação de +0,1% na semana, 0,3% no mês e de +3,0% no ano.
Na semana passada, as cotações da soja em Chicago alternaram entre altas e baixas e encerraram a sexta-feira (dia 1) em 993,75 cents por bushel, leve queda de 0,4% no período. Não houve maiores novidades pelo lado dos fundamentos, com a colheita nos EUA avançando e as boas perspectivas para a safra brasileira se mantendo. No Brasil, a continuidade das chuvas em praticamente todo o país tem permitido a continuidade do plantio, cuja média nacional alcançou 56,9% na última sexta-feira (dia 1), ultrapassando o ano passado, quando estava em 50,7%, segundo a StoneX. Assim, os atrasos iniciais, em meio ao clima muito seco que predominou até o início de outubro parecem estar superados. Esse rápido avanço dos trabalhos no campo aumenta a concentração das lavouras numa mesma fase de desenvolvimento e, por conseguinte, os riscos associados a questões climáticas. Contudo, caso clima se mantenha dentro do usual, o potencial é de uma safra recorde.
Sem grandes alterações nos fundamentos, agenda macro pauta mercado
Os futuros do milho encontraram uma pequena desvalorização na semana passada. As principais regiões produtoras vêm encontrando um clima favorável. Nos EUA, a colheita veio sendo favorecida por um clima mais seco: 81% da área já havia sido colhida até a última segunda-feira (28/out), segundo o USDA. Na América do Sul, além do retorno das chuvas no Brasil, um clima mais úmido na Argentina também tem ajudado a amenizar o risco climático. Ainda assim, a demanda nos EUA segue satisfatória, amenizando as perdas. O dezembro/24 do milho encerrou a sessão da última sexta-feira (01/nov) negociado a US¢ 414,50/bu, uma desvalorização de 0,2% em uma semana marcada pela valorização do dólar, que tende a enfraquecer ativos de risco e commodities dolarizadas.
No Brasil, os futuros do milho fecharam em altas. O vencimento de janeiro/25 na B3 era negociado a R$76,75/saca, avanço de 1,5%. Uma depreciação do real veio mais uma vez pautando as altas. Na sexta-feira, o dólar encerrou negociado a R$5,87, mas já abre em baixa nesta segunda-feira.
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Os óleos vegetais registraram valorização significativa em suas principais bolsas de negociação. Com o óleo de palma continuando a renovar suas máximas em mais de 2 anos na bolsa da Malásia frente às preocupações com um balanço de oferta e demanda mais apertado no próximo ano, o óleo de soja foi puxado pelo momento altista na bolsa asiática e pela recuperação do petróleo. Adicionalmente, as cotações na CBOT reagiram aos dados da EIA para mercado americano, que mostraram uma recuperação no consumo de óleo de soja para biocombustíveis e uma demanda mais aquecida por HVO no país. O contrato de dez/24 terminou o período cotado a UC¢ 46,3/lb, expressivo avanço de 4,9%.
No mercado de nitrogenados, os preços CFR Brasil da ureia se mantiveram estáveis. A grande notícia do momento é a nova licitação de compra na Índia, que deverá movimentar cargas desses fertilizantes até o final do ano. Houve uma redução importante, por outro lado, das cotações do SAM no porto. No setor de fosfatados, os preços se mantiveram estáveis, com destaque para o MAP, que permanece por diversas semanas consecutivas nos mesmos patamares de preço. Por fim, o cloreto de potássio também mostrou estabilidade. Vale lembrar que, nos últimos meses do ano, a demanda brasileira por fosfatados e potássicos tende a diminuir, gradualmente.
A semana é de estabilidade para o açúcar em Nova Iorque, comparando as sextas-feiras. Hoje, o fechamento do contrato de março/25 foi de US¢ 22,14/lb, apenas quatro pontos abaixo da semana passada – mas o maio/25 acabou subindo 1 ponto. No geral, é possível dizer que, no agregado, o período foi de preços sem mudanças. Contudo, até a terça-feira, o mercado vivenciou uma correção mais consistente, testando as mínimas ao redor de US¢ 21,50/lb – algo que era aguardado uma vez que as cotações perto de US¢ 23,00/lb não se sustentavam, seja pelos fundamentos, ou por fatores técnicos.
O avanço das chuvas no Brasil, o início da colheita no Vietnã e a divulgação de dados robustos de exportação pressionou as cotações futuras de café em Nova Iorque e em Londres durante a semana. O contrato mais ativo em Nova Iorque, com vencimento em março/25, terminou a última sexta-feira (01) com um recuo semanal de 510 pontos (-2,1%), cotado em US¢ 242,40/lb. Em Londres, o contrato com vencimento em janeiro teve uma queda de USD 132/ton (-3,0%), fechando a sexta-feira cotado em USD 4279/ton. Na variação do mês de outubro, os preços de café arábica tiveram uma queda de 2245 pontos (8,4%) e os preços em Londres de USD 856/ton (16,4%).
No mercado doméstico brasileiro, apesar da queda no mercado internacional, os preços do café arábica e robusta avançaram em meio à alta de 2,9% do dólar na semana. O indicador Cepea para o café arábica avançou 1,1% e o indicador para o robusta 0,5%. No balanço mensal, mesmo com as expressivas quedas no mercado internacional, os preços de café arábica tiveram um avanço de 1,35%. Para o café robusta, houve um recuo de 4,07% no mês de outubro, o que é menor que a queda de 16,4% observada em Londres. A alta do dólar de 6,2% no mês contribuiu para manter os preços no mercado doméstico brasileiro.
Na última semana, entre os dias 25 de outubro e 1 de novembro, o cacau negociado em bolsa reverteu a tendência de queda observada nas duas semanas anteriores, registrando significativo avanço para os contratos futuros do produto. A valorização semanal reflete as condições climáticas no Oeste Africano, onde as chuvas têm aumentado significativamente desde meados de setembro. Esses eventos têm provocado danos e inundações em diversos países da região, afetando tanto a logística quanto a produção de cacau em algumas áreas. Nas últimas semanas, o impacto das precipitações se intensificou nas principais regiões produtoras de cacau, especialmente em Gana e na Costa do Marfim, elevando as preocupações entre os agricultores locais. Assim, cresce o risco de que potenciais perdas na produção, decorrentes do excesso de chuvas, passem a ser reportadas com maior frequência.
Na última semana, as cotações de futuros do Brent encerraram o período com uma queda de 3,88%, sendo negociados na sexta-feira (01) a USD 73,1 bbl. Os contratos do WTI seguiram a mesma trajetória, acumulando uma baixa de 3,19% na semana, cotados a USD 69,49 bbl. No período, os futuros do petróleo recuaram fortemente após a represália israelense contra o Irã acalmar os temores do mercado, dado que o ataque de Tel-Aviv visou apenas estruturas militares iranianas, e não instalações de petróleo do país. Após essa forte queda, o mercado gradualmente corrigiu a variação nas sessões seguintes, apoiados também por dados melhores da economia chinesa e rumores de que o Irã realizaria um novo ataque contra Israel. Todavia, esses fatores não foram suficientes para reverter a queda na semana.
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