Fonte: StoneX cmdtyView.
Em semana de agenda esvaziada, o dólar se fortaleceu globalmente pela quarta semana seguida, impulsionada pela redução das apostas de investidores para cortes de juros nos EUA resultante de dados econômicos mais aquecidos e de uma antecipação de efeitos de uma possível vitória de Donald Trump na eleição presidencial. No Brasil, o pessimismo de agentes do mercado financeiro com as contas públicas brasileiras e defesas de autoridades econômicas para a condução da política fiscal provocaram volatilidade na taxa de câmbio. O dólar negociado no mercado interbancário terminou a sessão desta sexta-feira (25) em alta, cotado a R$ 5,7066, avanço semanal de 0,1%, mensal de 4,7% e anual de 17,6%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 104,3 pontos, variação de +0,8% na semana, 3,5% no mês e de +3,0% no ano.
As cotações da soja em Chicago registraram uma semana de ganhos com o vencimento para novembro encerrando a sexta-feira (dia 25) em 987,75 cents por bushel, alta de 1,8% no período. Destaca-se que o ajuste e posições perto do vencimento do contrato de novembro, com negociações do spread SXSF, influenciou o preço na semana. Mesmo assim, o mercado continua acompanhando a colheita nos EUA e o rápido avanço do plantio no Brasil, após o retorno das chuvas, situação que limita o movimento de alta, sem outras grandes novidades pelo lado dos fundamentos. Mesmo assim, por mais que a demanda sempre esteja no radar, é a oferta que pode trazer movimentações mais significativas ao mercado, uma vez que o clima pode resultar em variações significativas da produção. Foram exatamente as preocupações com o clima seco no Brasil que condicionaram um movimento de cobertura de posições vendidas por parte dos fundos especulativos, mas que já arrefeceu, com os agentes voltando a apostar no lado da baixa.
Milho tem ganhos com boas exportações nos EUA
Os futuros do milho se valorizaram 2,6%, para encerrar a semana negociados a US¢415,25/bu. O mercado segue acompanhando o ritmo de colheita norte-americana, que continua acelerada. Ainda assim, são esperadas chuvas em importantes estados produtores a partir do dia 30/nov, o que pode gerar uma diminuição do ritmo dos trabalhos de campo na reta final da colheita. Por trás das altas, no entanto, estão as fortes exportações dos EUA, que vêm sendo puxadas por uma atividade compradora robusta do México. Além disso, a produção de etanol no país norte-americano também se manteve forte nos dados divulgados na semana passada pela EIA. Limitando ganhos, um contexto macroeconômico mais adverso e uma valorização do dólar vêm ajudando a injetar algum grau de incerteza nos mercados, penalizando commodities dolarizadas.
Os preços na B3 também registraram altas na semana passada, quando o vencimento de novembro/24 encerrou negociado a R$72,55/sc. Sem novidades de relevo no mercado interno, cabe ressaltar que as commodities brasileiras vêm ganhando suporte da valorização do dólar. Na semana passada, o câmbio Real/Dólar acumulou uma alta de 4,8%, movimento que tende a beneficiar a competitividade do produto brasileiro.
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Os óleos vegetais operaram em valorização na última semana de negociações em suas principais bolsas. O óleo de soja foi puxado principalmente pelas fortes altas do óleo de palma e pelo aumento nas exportações americanas do óleo, apesar da divulgação de volumes acima do esperado de esmagamento na Argentina, e expectativa de que os EUA também registrem volumes elevados a partir de outubro com a entrada da nova safra. Enquanto isso, os agentes aguardam por novos dados do mercado de biocombustíveis americano, como de consumo de matérias-primas e produção e demanda de biodiesel/HVO, que devem receber atualizações nessa semana. A tela de dez/24 do óleo de soja terminou cotada a US¢ 42,1/lb na bolsa de Chicago, alta semanal de 5,9%.
O óleo de palma operou em forte alta durante a maior parte da semana, com o contrato mais ativo tendo atingido na quinta-feira (24) sua máxima em 27 meses. O principal fator que influenciou o avanço foram os resultados divulgados pelo Conselho Indonésia de Óleo de palma (GAPKI), que mostraram retração dos estoques e ampliação do consumo doméstico no país. Todavia, uma vez que os avanços de preços têm sido muito intensos mesmo em meio à perda de competitividade e sinais de desaceleração da demanda por importações, parte do movimento altista dessa semana parece ter sido impulsionado por também por fundos especulativos. A tela de dez/24 fechou cotada a USD 1045,9/t, avanço de 5,7%.
No mercado de nitrogenados, os investidores acompanham a possibilidade de que uma nova licitação seja anunciada na Índia, enquanto no Brasil, produtores estão atentos para o avanço da safra, e fazendo as aquisições para safrinha. Numa comparação semanal, os preços CFR da ureia diminuíram no Brasil. No mercado do DAP, as cotações permaneceram estáveis por mais uma semana. Por fim, no segmento de potássicos, onde as relações de troca estão favoráveis aos agricultores brasileiros, os preços CFR tampouco mudaram.
A semana é de estabilidade para o açúcar em Nova Iorque, comparando as sextas-feiras. Hoje, o fechamento do contrato de março/25 foi de US¢ 22,14/lb, apenas quatro pontos abaixo da semana passada – mas o maio/25 acabou subindo 1 ponto. No geral, é possível dizer que, no agregado, o período foi de preços sem mudanças. Contudo, até a terça-feira, o mercado vivenciou uma correção mais consistente, testando as mínimas ao redor de US¢ 21,50/lb – algo que era aguardado uma vez que as cotações perto de US¢ 23,00/lb não se sustentavam, seja pelos fundamentos, ou por fatores técnicos.
Na última semana, os preços futuros de café voltaram a cair em meio a melhora nas condições climáticas no Brasil, a abertura da florada do café arábica e o início da colheita no Vietnã. Em Nova Iorque, os preços futuros de café arábica tiveram um recuo de 890 pontos (-3,5%) para o contrato mais líquido, que fechou a sexta-feira (25) cotado em US¢248,40/lb – na quinta-feira (24) o mercado em Nova Iorque atingiu seu menor patamar desde o dia 07/10.
Em Londres, o início da colheita no Vietnã atuou de forma baixista sobre as cotações de café robusta. A colheita no país já teve início, mas tem sofrido com o excesso de chuvas, o que tem atrasado o avanço da colheita. Mesmo assim, a expectativa é que a colheita do país ganhe ritmo a partir de meados de novembro, o que tende a aumentar a disponibilidade de café no mercado físico. O contrato mais ativo, de janeiro, terminou a semana com uma queda de USD 204/ton (-4,4%), alcançando na quinta-feira (24) o menor valor desde meados de agosto e fechando a sexta-feira (25) cotado em USD 4411/ton.
Na última semana, entre os dias 18 e 25 de outubro, os mercados futuros de cacau estenderam a tendência da semana anterior, encerrando o período novamente em queda. A retração semanal ocorre após a divulgação dos dados de moagem nas principais regiões consumidoras de cacau referentes ao terceiro trimestre de 2024, cujos resultados mistos parecem ter aliviado preocupações com uma possível aceleração na demanda. Além disso, o aumento das chuvas nas semanas anteriores nos países do Oeste Africano, combinado com relatos mais favoráveis sobre o desenvolvimento das plantações e o crescimento nas entregas de amêndoas aos portos na Costa do Marfim, contribuiu para uma percepção de risco mais moderada entre os investidores. Permanece como ponto de atenção, entretanto, os níveis de precipitação, que podem, em excesso, comprometer o desenvolvimento dos cacaueiros.
Na última semana, as cotações de futuros do Brent encerraram o período com uma alta de 4,09%, sendo negociados na sexta-feira (25) a USD 76,05 bbl. Os contratos do WTI seguiram a mesma trajetória, acumulando uma alta de 3,7% na semana, cotados a USD 71,78 bbl. No período, a alta foi influenciada pelos receios relacionados com o conflito no Oriente Médio, com investidores temendo uma escalada da guerra a partir da represália israelense. Entretanto, o ataque realizado no final de semana aliviou esses temores conforme Israel visou apenas alvos militares iranianos, evitando instalações de petróleo. Isso contribui para levar os futuros do Brent para o menor nível desde o final de setembro. Assim, hoje pela manhã (28), o contrato do Brent para vencimento em janeiro/25 é negociado em torno de USD 71,2 bbl (-5,86%) até as 09h20.
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