Fonte: ANP. Elaboração: StoneX.
O avanço nas vendas do biocombustível ocorre devido ao ganho de competitividade do hidratado nas bombas, possibilitado por dois principais fatores: a influência da safra recorde de 2023/24 (abr-mar), aumentando a disponibilidade de produto e, consequentemente, os estoques do biocombustível mesmo na entressafra, assim como a normalização do contexto tributário, que sofreu alterações em junho de 2022, retirando parte dos incentivos fiscais presentes ao etanol na tributação federal.
Fonte: ANP. Elaboração: StoneX.
Com a paridade em níveis mais favoráveis, o share ou participação do etanol hidratado no total de combustíveis para veículos leves (ciclo Otto) aumentou significativamente no último trimestre de 2023. Desde então, até junho, o consumo segue aquecido, mas a grande valorização no hidratado vendido pelas usinas desde janeiro de 2024 – com o combustível passando de R$ 2,20/L em janeiro de 2024 para níveis próximos a R$ 3,12/L nesta quinta-feira (15) (referência Ribeirão Preto/SP) – tem levado a um leve avanço da paridade em algumas das principais regiões consumidoras.
Neste contexto, durante o mês de junho, período em que o etanol nas bombas começou a ultrapassar a marca psicológica de R$ 4,00/L em estados como Minas Gerais e Paraná, o share nacional do hidratado demonstrou uma leve queda, passando de 26,2% em maio para 24,4% em junho.
Fonte: ANP. Elaboração: StoneX.
Apesar da ligeira redução no consumo de etanol em junho, vale ressaltar que os números de vendas de etanol pelas usinas do Centro-Sul durante o mês de julho, divulgados pela UNICA nesta última terça-feira (13), reduzem os receios de uma tendência de retração no consumo nacional de hidratado, pelo menos no curto prazo. A UNICA indica que as saídas de etanol hidratado para o mercado interno em julho ficaram em 1,81 milhão de m³, 1,7% acima do registrado em junho e 48,2% à frente das saídas no mesmo período de 2023.
Dessa forma, apesar do movimento recente de valorização do etanol hidratado, a readequação de preços no mercado do biocombustível ainda tem permitido a manutenção de níveis de consumo significativamente acima do comparativo anual. Até o início de agosto, seis estados e o Distrito Federal demonstravam paridade abaixo de 70%, e o bom andamento da moagem da safra 2024/25 tem permitido uma boa manutenção dos estoques do biocombustível. Apesar disso, a perspectiva segue sendo de que a paridade entre o etanol e a gasolina deve passar a se elevar principalmente a partir de setembro, resultando em uma leve e gradual redução da demanda via aumento de preços. Para mais detalhes, acesse o interativo de projeção de preços da StoneX.
Resumo do dia
Na data de escrita deste relatório (15), os preços do açúcar bruto e branco registraram um dia de leve queda nos mercados futuros, recuando mais uma vez para a casa dos US¢ 17/lb para a tela mais líquida em Nova Iorque. O contrato de outubro SBV4 encerrou o dia na marca de US¢ 17,88/lb (-0,5%), enquanto o branco SWV4 finalizou o pregão em US$ 513,3/ton (-0,41%). O mercado parece seguir sob influência da divulgação de um elevado volume de moagem de cana na segunda metade de julho de 2024, após a divulgação da UNICA na última terça-feira (13). Ademais, a visão do mercado tem sido baixista para o açúcar, com os especuladores aumentando suas posições vendidas, o que também se relaciona com a perspectiva de boas chuvas no Sudeste Asiático, elevando as expectativas para a produção da Índia em 2024/25 (out-set).
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